1- A bombinha vicia?
MITO!
Quando falamos no tratamento da asma com medicações inalatórias (bombinhas) podemos dividi-las em dois grupos: as medicações de resgate (como aerolin, berotec), usadas para tirar o paciente da crise, e as medicações de manutenção (Clenil, flixotide, seretide, etc), que devem ser usadas diariamente pra prevenir a crise. O objetivo deste uso contínuo é reduzir a inflamação das vias aéreas permitindo que a criança tenha uma boa qualidade de vida, sem limitação das atividades, com boa noite de sono e sem sintomas. A via inalatória é utilizada pois é a mais segura, uma vez que a medicação é levada diretamente para o pulmão, onde terá ação, com muito pouca absorção pelo resto do organismo.
Como a asma é uma doença crônica, o tratamento também deve ser contínuo, e sempre sob o acompanhamento de um especialista. O médico irá sempre fazer os ajustes para tentar manter a menor quantidade de medicação necessária para que a criança fique bem!
Então não se preocupe! O uso diário das bombinhas de manutenção não é vicio! É apenas a forma mais segura e eficaz de prevenir as crises desinflamando o pulmão!
2- A asma tem um componente genético?
VERDADE!
A asma é uma doença multifatorial, com importantes componentes hereditários e ambientais. Hoje diversos genes são investigados por sua relação com esta condição (diferente de doenças que são cassados por apenas um gene alterado, esta é uma doença multigenética). Estudos mostram que se um ou dois pais tem asma, o risco da criança ter também aumenta de 3 a 6 vezes.
3- Todo bebê que chia terá asma?
MITO!
Nem todo bebê chiador será asmático! Alguns bebês apresentam chiado associado apenas a infecções virais, quadro que tende a melhorar com o crescimento. Pode ser difícil fazer essa diferenciação em crianças pequenas, mas a presença de dermatite atópica, rinite, sensibilização a aeroalérgenos, história familiar de asma e episódios de chiado sem infecção viral falam a favor do diagnóstico de asma. .
Em casos graves, de crianças com múltiplas internações ou com quadros refratários ao tratamento, o médico precisa afastar outros diagnósticos como imunodeficiência, cardiopatia, malformação congênita, broncoaspiração e fibrose cística. Mas vale lembrar que esses casos são a MINORIA, e a maioria dos bebês com quadros leves não precisarão de exames no acompanhamento inicial!
4- A Bombinha faz mal para o coração?
MITO!
Esta é outra dúvida muito comum sobre o uso das medicações inalatórias. Como conversamos antes, podemos dividi-las em duas classes: as medicações de prevenção e as de crise. As de crise, a base de salbutamol (seria equivalente à inalação com Berotec) podem dar uma sensação de coração acelerado e tremores, mas isto é temporário e não acarreta riscos! Uma boa comparação seria que a bombinha “acelera” o coração da mesma forma que uma corrida ou subir um lance de escadas, mas não oferece risco de arritmias. 😉
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O uso do espaçador diminui a quantidade de medicação que se deposita na boca e causa esses efeitos colaterais, podendo ajudar muito não só crianças mas também adolescentes e adultos que sentem algum desconforto com a medicação.
5- A asma e a obesidade podem estar relacionadas?
VERDADE!
Estudos mostram que pessoas obesas têm até 50% mais chance de desenvolver asma. Não se sabe ao certo o mecanismo responsável por esta relação, mas acredita-se que seja resultante da ação pró inflamatória do tecido adiposo.
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Em crianças em geral a asma precede a obesidade, que pode colaborar para uma dificuldade de controle dos sintomas. Já em adultos, em geral a obesidade precede a asma, principalmente em sua forma não-alérgica, que pode ser menos responsiva aos tratamentos habituais.
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Tanto em crianças quando em adultos, a prática de exercícios físicos é essencial!
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